George Gracie ao lado de um aluno faixa-branca: em 1936, o “Gato Ruivo” venceria três oponentes na mesma noite, iniciando uma tradição no vale-tudo. Foto: Acervo da família

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Professor de defesa pessoal dos bons, George demonstra, na redação de um jornal, seu estrangulamento com lapela para o árbitro de futebol argentino Sanchez Dias.

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Grande mestre George Gracie (1911–1985), com seus cabelos vermelhos, foi o primeiro aluno de Carlos Gracie a se destacar e ganhar fama. Recebeu cuidadosa atenção de Carlos, seu irmão mais velho, por conta da habilidade e destreza demonstrada rapidamente nos tatames.

Assim como os irmãos, George, nascido em 1911, deixou sua Belém do Pará natal rumo ao Rio de Janeiro após o pai, o outrora rico comerciante Gastão, quebrar suas economias e entrar em crise financeira.

Gastão e Cesalina, os pais, conseguiram com o presidente do Clube Náutico do Botafogo, amigo da família, que matriculassem os pequenos George e Helio no clube, onde eram alimentados e cuidados por funcionários.

Após 1925, Carlos buscou George no clube: era hora de começar a treinar na novíssima academia Gracie, no bairro do Flamengo, juntamente aos irmãos, mais velhos, Gastão Jr. e Oswaldo.

Após treinos intensivos, o “Gato Ruivo”, de fato, mostrou-se um lutador ágil e manhoso. “Era uma esponja, absorvia tudo que eu mostrava”, contaria Carlos. No fim dos anos 1920, George e Carlos se testaram num torneio amador de boxe, saindo ambos vencedores.

A estreia de George Gracie nos ringues deu-se em 28 de abril de 1929, de acordo com o historiador e pesquisador Fabio Quio Takao. No Clube Atlético Paulistano, em São Paulo, o “Gato Ruivo”, aos 17 anos, empatou com o peso pesado Getulio Mariano, monitor de luta livre da guarda civil metropolitana. De acordo com jornais da época, o Gracie pesou 56kg e Getulio, 92kg. Nesse mesmo evento, deu-se a estreia de outro de seus irmãos, Oswaldo Gracie.

Em outra luta marcante, já em 19 de janeiro de 1930, George venceu o pugilista Johann Tose e embalou. Em dezembro de 1931, num de seus embates mais famosos, George enfrentou o exímio capoeirista Mario Aleixo – finalizado rapidamente numa chave de braço. Enfrentou ainda o japonês Geo Omori no Jiu-Jitsu (empate) e virou ídolo dos jornais após a vitória contra o valentão Tico Soledade, de 80kg. No segundo assalto, o Gracie de 63kg arrochou-lhe o mata-leão.

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Em 1936, num formato de torneio que viraria moda décadas depois, George foi chamado em cima da hora para substituir o irmão Helio num vale-tudo: George venceu então três oponentes na mesma noite.

Galã e notívago, George afastou-se de Carlos e Helio para abrir sua própria academia – e poder comer o que quisesse, já que não levava fé nos cardápios do irmão mais velho. Um promotor esperto, como conta Reila Gracie em seu “Carlos Gracie, o criador de uma dinastia”, tentou casar uma luta de Jiu-Jitsu entre George e o mais novo Helio, mas mestre Carlos tratou de sepultar a ideia.

Em 18 de março de 1940, num de seus conferes mais sensacionais, enfrentou o japonês Takeo Yano, um aluno de Conde Koma que ensinara em Minas e no Nordeste do Brasil.

Segundo o carioca “Diário da Noite”, foi um sábado quente: George começou por cima na guarda fechada do japonês, e tentou estrangular com uma espécie de amassa-pão. Yano, mesmo sentindo a pressão e de costas no solo, arrochou o pescoço de George de volta. Resultado: blecaute dos dois lutadores, e a manchete: “Dormiram os dois lutadores”!

George foi o primeiro a se levantar, e o juiz Jaime Ferreira deu automaticamente a vitória ao Gracie. Mas o campeão da família, ao recobrar de vez os sentidos, não aceitou o gesto do árbitro, enquanto o público que vibrava não entendia o gesto do suposto vencedor. “Acontece que os Gracie faziam questão de não aceitar um resultado que pudesse ser questionado depois”, opina o pesquisador e jornalista Christiano Milfont.

“Por lutar com o pessoal da luta livre, fui muitas vezes acusado de fazer lutas armadas”, disse George no jornal “Última Hora”, em 16 de novembro de 1955. “Nada mais falso. O máximo que fiz, atendendo a pedido de empresários, foi adiar minha vitória. Por exemplo: em vez de liquidar no primeiro, no segundo, acabava com o adversário no último round. Era uma maneira de oferecer ao público um espetáculo mais movimentado…”

Na casa dos 40 anos, topou o desafio de enfrentar o novato Pedro Hemetério, aluno-prodígio de Carlos e Helio, nas regras do Jiu-Jitsu – Pedro venceu por desistência, ganhou fama e tornou-se astro.

George apaixonou-se, casou e se estabeleceu em São Paulo. Em 1954, manteve academia própria no Rio de Janeiro, na rua Senador Dantas. Aposentou-se como atleta com mais de 60 combates, com cerca de dez derrotas.

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Por meio de muitas viagens e mudanças, ajudou a disseminar a arte suave em diversas regiões, estados e cidades do Nordeste e do interior do Brasil. Faleceu no dia 8 de agosto de 1985, aos 74 anos.

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